Capítulo 1
(Observação: Comecei a escrever isso antes de começar as histórias do acampamento em Malhação, há vários dias atrás. A história ficou bem diferente da história da novela, mas acho que vocês vão se divertir em ver como eu imaginava que seria esse acampamento!)
Finalmente, o tão esperado acampamento se aproximava. Os alunos do Primeira Opção ficaram eufóricos quando o diretor anunciou pela rádio-mural o evento, com a típica desculpa de que seria um passeio com fins didáticos, contato com a natureza e blá blá blá. O fato é que para a grande maioria dos alunos, esse acampamento se resumiria somente em farra e muita diversão.
Na casa de Cristiana, Nanda gritava furiosamente com o pai por não ter deixado ela ir.( Isso porque ela era uma vaca que só queria ir para ficar se atirando em cima do Bernardo)
Cristiana até tentou convencer o pai de deixar sua irmã, mas era não e ponto final. Antônio só autorizou Cristiana e Nanda ficou em casa. (Amém). Cristiana pegou suas malas e foi encontrar o pessoal na escola. Inevitavelmente, no caminho da escola, Cristiana pensou se Bernardo iria. Ela não queria que ele fosse, porque havia colocado na cabeça que Bernardo havia sido cúmplice de Beto em uma brincadeira muito boba de colocar vaselina na passarela, o que havia custado a ela um pé quebrado. Felizmente, ela já estava relativamente recuperada, mas ainda assim estava com raiva de Bernardo.
Além de Nanda, outra galera que não conseguiu chegar ao acampamento foi a do Himalaia. Também, não é pra menos, com aquele lixo ambulante que sempre quebrava no meio da estrada.
Desta forma, apareceram por lá Cristiana, Bernardo, Valentina, Lucas, Tati e Bia (infelizmente), Maria Cláudia, Alê, Bimba, Beto e Victor ( mais infelizmente ainda). Além deles, muitos outros alunos do Primeira Opção foram, e por isso dois ônibus saíram da escola em direção ao acampamento. Maria Claudia, Valentina e Cristiana armaram a barraca, e os outros alunos fizeram o mesmo.
Bernardo abandonou Tati e Bia para ir falar com Cristiana no primeiro momento em que Victor largou do pé dela.
- Oi, Cristiane.
- CRISTIANA! Com A no final! E eu não quero falar com você.
- Eu sei. Mas é que... eu só queria dizer que estou feliz por você ter melhorado o pé. Mato não combina com muletas.
- Não vem com esse papinho furado, Bernardo. Se não fosse por você, eu nem teria me machucado.
- Quer saber? - Bernardo estava indignado em ouvir aquilo. - Eu desisto. Eu tento te ajudar, tento te apoiar quando você precisa, e é isso o que recebo em troca? Fica acreditando nessa mentira idiota que você resolveu criar na sua cabeça, porque eu já cansei disso! - Bernardo foi embora, super chateado.
Então Cris percebeu, surpresa, que uma lágrima escorria pelo seu rosto.
- Droga. - reclamou, e foi para o banheiro que ficava na sede do acampamento, se esconder antes que o chato do namorado dela visse que estava chorando. Nem a própria Cris sabia ao certo o motivo. Ela se trancou em uma cabine do banheiro, no mesmo momento em que Bia e Tati entravam no banheiro para retocar a maquiagem.
- Nossa Bia, você viu o Bernardo e a Cristiana? Estão que nem cão e gato de novo! Esse acampamento vai ser mara! - A felicidade das duas era de quem tinha ganhado na megasena. - Porque que o Bernardo estava com raiva da Rainha dos Mendigos mesmo?
- Tati, como você é desligada do mundo! Helooo, ele tava com raiva porque a idiota da Cristiana acha que ele é culpado do lance da vaselina. Mas sabemos que não é. O Beto fez tudo sozinho e foi o Bernardo quem obrigou ele a se entregar, agora ela acha que o Bernardo que é o culpado. Garota tapada!
- Melhor pra gente, né? - Elas riram e saíram do banheiro, deixando a Cris pior do que já estava. Afinal, ela havia sido injusta com o Bernardo quando ele só queria ajudar.
Finalmente, o tão esperado acampamento se aproximava. Os alunos do Primeira Opção ficaram eufóricos quando o diretor anunciou pela rádio-mural o evento, com a típica desculpa de que seria um passeio com fins didáticos, contato com a natureza e blá blá blá. O fato é que para a grande maioria dos alunos, esse acampamento se resumiria somente em farra e muita diversão.
Na casa de Cristiana, Nanda gritava furiosamente com o pai por não ter deixado ela ir.( Isso porque ela era uma vaca que só queria ir para ficar se atirando em cima do Bernardo)
Cristiana até tentou convencer o pai de deixar sua irmã, mas era não e ponto final. Antônio só autorizou Cristiana e Nanda ficou em casa. (Amém). Cristiana pegou suas malas e foi encontrar o pessoal na escola. Inevitavelmente, no caminho da escola, Cristiana pensou se Bernardo iria. Ela não queria que ele fosse, porque havia colocado na cabeça que Bernardo havia sido cúmplice de Beto em uma brincadeira muito boba de colocar vaselina na passarela, o que havia custado a ela um pé quebrado. Felizmente, ela já estava relativamente recuperada, mas ainda assim estava com raiva de Bernardo.
Além de Nanda, outra galera que não conseguiu chegar ao acampamento foi a do Himalaia. Também, não é pra menos, com aquele lixo ambulante que sempre quebrava no meio da estrada.
Desta forma, apareceram por lá Cristiana, Bernardo, Valentina, Lucas, Tati e Bia (infelizmente), Maria Cláudia, Alê, Bimba, Beto e Victor ( mais infelizmente ainda). Além deles, muitos outros alunos do Primeira Opção foram, e por isso dois ônibus saíram da escola em direção ao acampamento. Maria Claudia, Valentina e Cristiana armaram a barraca, e os outros alunos fizeram o mesmo.
Bernardo abandonou Tati e Bia para ir falar com Cristiana no primeiro momento em que Victor largou do pé dela.
- Oi, Cristiane.
- CRISTIANA! Com A no final! E eu não quero falar com você.
- Eu sei. Mas é que... eu só queria dizer que estou feliz por você ter melhorado o pé. Mato não combina com muletas.
- Não vem com esse papinho furado, Bernardo. Se não fosse por você, eu nem teria me machucado.
- Quer saber? - Bernardo estava indignado em ouvir aquilo. - Eu desisto. Eu tento te ajudar, tento te apoiar quando você precisa, e é isso o que recebo em troca? Fica acreditando nessa mentira idiota que você resolveu criar na sua cabeça, porque eu já cansei disso! - Bernardo foi embora, super chateado.
Então Cris percebeu, surpresa, que uma lágrima escorria pelo seu rosto.
- Droga. - reclamou, e foi para o banheiro que ficava na sede do acampamento, se esconder antes que o chato do namorado dela visse que estava chorando. Nem a própria Cris sabia ao certo o motivo. Ela se trancou em uma cabine do banheiro, no mesmo momento em que Bia e Tati entravam no banheiro para retocar a maquiagem.
- Nossa Bia, você viu o Bernardo e a Cristiana? Estão que nem cão e gato de novo! Esse acampamento vai ser mara! - A felicidade das duas era de quem tinha ganhado na megasena. - Porque que o Bernardo estava com raiva da Rainha dos Mendigos mesmo?
- Tati, como você é desligada do mundo! Helooo, ele tava com raiva porque a idiota da Cristiana acha que ele é culpado do lance da vaselina. Mas sabemos que não é. O Beto fez tudo sozinho e foi o Bernardo quem obrigou ele a se entregar, agora ela acha que o Bernardo que é o culpado. Garota tapada!
- Melhor pra gente, né? - Elas riram e saíram do banheiro, deixando a Cris pior do que já estava. Afinal, ela havia sido injusta com o Bernardo quando ele só queria ajudar.
Capítulo 2
Logo que o sol iluminou o acampamento, Dona Tânia tocou uma buzina, acordando todo mundo de um modo nada agradável.. Ela tentou animar os adolescentes falando que iriam á cachoeira, super felizinha.
- Olha só pra minha cara de quem está animado. - disse Bernardo, enquanto saía da barraca, em direção ao refeitório. Ele passou direto por Cris, fingindo ( muito mal ) ignorá-la.
Cris respirou fundo, e Victor chegou bem nessa hora.
- Posso saber que cara é essa, Cris? - perguntou Victor
- Nada, é que descobri que o Bernardo é inocente naquele lance da vaselina. Estou me sentindo péssima por não ter acreditado nele. Agora tenho que pedir desculpas, e ele não vai querer me perdoar.
- Você não vai pedir desculpas coisa nenhuma.
- Eu tenho que pedir desculpas, Victor. Fui injusta com ele.
- VOCÊ NÃO VAI!
- Tá louco, Victor? Você não pode mandar em mim.
- Tudo bem, então você escolhe. Ou o Bernardo ou eu.
- Pirou, Victor? Só quero pedir desculpas para um amigo.
- Um amigo que está louco para roubar você de mim.
- Sinceramente, não aguento mais essas suas crises de ciúme repentinas.
- O BERNARDO OU EU ?
- Chega, Victor. É melhor a gente terminar esse namoro. Assim não vai dar. Vamos voltar a ser amigos e só, tudo bem?
- Tá bom - Victor tentou parecer indiferente na frente de Cris, mas por dentro estava quase dando um colapso. - Ele foi embora sem acrescentar mais nenhuma palavra.
No refeitório, Valentina perguntou a Cristiana o que havia com ela. Quando Cris explicou que terminou o namoro com Victor, Valentina riu:
- Até que enfim!
- Nossa, Valentina, por que toda essa felicidade, poxa?
- Fala sério, você nunca amou o Victor. Você não era feliz com ele e dava pra ver isso no seus olhos. E também com aquele beijo super-apaixonado-de-quem-está-beijando-o-próprio-irmão.
- Sério? - Cristiana parecia surpresa. Pior é que ela sabia que era verdade mesmo. Nunca amou o Victor de verdade.
- Claro, Cris. Agora você está livre para ficar com QUEM VOCÊ AMA DE VERDADE, sacou? - Disse Valentina, numa indireta direta demais.
- Não sei do que você está falando. - mentiu Cris, constrangida.
Valentina riu alto.
- Olha só pra minha cara de quem está animado. - disse Bernardo, enquanto saía da barraca, em direção ao refeitório. Ele passou direto por Cris, fingindo ( muito mal ) ignorá-la.
Cris respirou fundo, e Victor chegou bem nessa hora.
- Posso saber que cara é essa, Cris? - perguntou Victor
- Nada, é que descobri que o Bernardo é inocente naquele lance da vaselina. Estou me sentindo péssima por não ter acreditado nele. Agora tenho que pedir desculpas, e ele não vai querer me perdoar.
- Você não vai pedir desculpas coisa nenhuma.
- Eu tenho que pedir desculpas, Victor. Fui injusta com ele.
- VOCÊ NÃO VAI!
- Tá louco, Victor? Você não pode mandar em mim.
- Tudo bem, então você escolhe. Ou o Bernardo ou eu.
- Pirou, Victor? Só quero pedir desculpas para um amigo.
- Um amigo que está louco para roubar você de mim.
- Sinceramente, não aguento mais essas suas crises de ciúme repentinas.
- O BERNARDO OU EU ?
- Chega, Victor. É melhor a gente terminar esse namoro. Assim não vai dar. Vamos voltar a ser amigos e só, tudo bem?
- Tá bom - Victor tentou parecer indiferente na frente de Cris, mas por dentro estava quase dando um colapso. - Ele foi embora sem acrescentar mais nenhuma palavra.
No refeitório, Valentina perguntou a Cristiana o que havia com ela. Quando Cris explicou que terminou o namoro com Victor, Valentina riu:
- Até que enfim!
- Nossa, Valentina, por que toda essa felicidade, poxa?
- Fala sério, você nunca amou o Victor. Você não era feliz com ele e dava pra ver isso no seus olhos. E também com aquele beijo super-apaixonado-de-quem-está-beijando-o-próprio-irmão.
- Sério? - Cristiana parecia surpresa. Pior é que ela sabia que era verdade mesmo. Nunca amou o Victor de verdade.
- Claro, Cris. Agora você está livre para ficar com QUEM VOCÊ AMA DE VERDADE, sacou? - Disse Valentina, numa indireta direta demais.
- Não sei do que você está falando. - mentiu Cris, constrangida.
Valentina riu alto.
Capítulo 3
Todos os alunos entraram nos dois ônibus que os levariam à cachoeira, que ficava a alguns quilômetros de distãncia do camping.
Durante todo o passeio, Cristiana tentou encontrar o momento certo para pedir desculpas a Bernardo, mas ele sempre estava acompanhado de Tati, Bia e Beto. Foi só no final da tarde, quando os alunos já estavam quase voltando para o camping, que Cristiana conseguiu falar com Bernardo.
- Bernardo, posso falar com você?
Ele até pensou em dar uma de durão e dizer que não tinha nada para falar com ela, mas olhando nos olhinhos azuis da Cris, ele não pôde dizer não.
- Vem aqui. - Respondeu Bernardo, e Cristiana o seguiu para um local mais reservado.
- Fala. - disse ele.
- Bernardo, eu queria te pedir desculpa por ter te acusado por algo que você não fez. Eu descobri a verdade hoje, e fiquei muito mal.
- Por quê?
- Fiquel mal porque você foi um garoto incrível e me deu todas as provas disso, quando ajudou na minha fisioterapia, e eu não quis acreditar em você. Olha, eu sei que provavelmente você não vai querer me perdoar, e eu vou entender e achar justo que você nunca mais queira falar comigo. Mas eu só queria dizer que sinto muito ter duvidado de você.
Bernardo nem acreditava no que ouvia. Cristiana se virou para ir embora, mas Bernardo puxou seu braço, a impedindo. Ela esperou que ele dissesse alguma coisa, mas ao invés disso, Bernardo a beijou longamente. (E não foi beijo técnico!)
- Bernardo! - disse Cristiana quando finalmente pôde respirar. - Não é só porque eu terminei meu namoro com o Victor que você...
Bernardo não esperou que ela terminasse a frase.
- Terminou seu namoro com o Victor ? Sério mesmo? Por quê? - Ele não conseguiu conter um sorriso.
- É, eu terminei. Ele estava tentando me controlar. Me disse que só continuaríamos juntos se eu não nunca mais falasse com você. Ei, e porque raios você está feliz com isso?
Bernardo ignorou a última pergunta.
- Terminou com o Victor... por minha causa?
- É, acho que sim. Bem, é melhor voltarmos antes que o ônibus saia e nos deixe sozinhos no meio do mato.
Bernardo riu com a ideia e eles voltaram ao lugar onde os alunos estavam esperando o ônibus. Porém, para a grande surpresa dos dois, não havia nada nem ninguém lá, exceto mato e grilos cantando.
- Ai, não, me diz que isso NÃO está acontecendo!!! - Disse Cristiana, ao notar que o ônibus da escola havia ido embora sem eles.
Durante todo o passeio, Cristiana tentou encontrar o momento certo para pedir desculpas a Bernardo, mas ele sempre estava acompanhado de Tati, Bia e Beto. Foi só no final da tarde, quando os alunos já estavam quase voltando para o camping, que Cristiana conseguiu falar com Bernardo.
- Bernardo, posso falar com você?
Ele até pensou em dar uma de durão e dizer que não tinha nada para falar com ela, mas olhando nos olhinhos azuis da Cris, ele não pôde dizer não.
- Vem aqui. - Respondeu Bernardo, e Cristiana o seguiu para um local mais reservado.
- Fala. - disse ele.
- Bernardo, eu queria te pedir desculpa por ter te acusado por algo que você não fez. Eu descobri a verdade hoje, e fiquei muito mal.
- Por quê?
- Fiquel mal porque você foi um garoto incrível e me deu todas as provas disso, quando ajudou na minha fisioterapia, e eu não quis acreditar em você. Olha, eu sei que provavelmente você não vai querer me perdoar, e eu vou entender e achar justo que você nunca mais queira falar comigo. Mas eu só queria dizer que sinto muito ter duvidado de você.
Bernardo nem acreditava no que ouvia. Cristiana se virou para ir embora, mas Bernardo puxou seu braço, a impedindo. Ela esperou que ele dissesse alguma coisa, mas ao invés disso, Bernardo a beijou longamente. (E não foi beijo técnico!)
- Bernardo! - disse Cristiana quando finalmente pôde respirar. - Não é só porque eu terminei meu namoro com o Victor que você...
Bernardo não esperou que ela terminasse a frase.
- Terminou seu namoro com o Victor ? Sério mesmo? Por quê? - Ele não conseguiu conter um sorriso.
- É, eu terminei. Ele estava tentando me controlar. Me disse que só continuaríamos juntos se eu não nunca mais falasse com você. Ei, e porque raios você está feliz com isso?
Bernardo ignorou a última pergunta.
- Terminou com o Victor... por minha causa?
- É, acho que sim. Bem, é melhor voltarmos antes que o ônibus saia e nos deixe sozinhos no meio do mato.
Bernardo riu com a ideia e eles voltaram ao lugar onde os alunos estavam esperando o ônibus. Porém, para a grande surpresa dos dois, não havia nada nem ninguém lá, exceto mato e grilos cantando.
- Ai, não, me diz que isso NÃO está acontecendo!!! - Disse Cristiana, ao notar que o ônibus da escola havia ido embora sem eles.
Capítulo 4
- Não é possível que esqueceram a gente! Devem estar em algum lugar por aqui. - Falou Bernardo.
- Bernardo, e se esse não for o lugar que pensamos que é?
- Existe essa possibilidade. Peraí que eu vou verificar.
Cristiana começou a roer a unha.
- Cris, tenho uma notícia nada agradável para te dar.
- Tô até com medo de ouvir.
- Encontrei marcas de pneu ali na frente, e acho que foi aqui mesmo que o ônibus saiu sem esperar por nós.
- Não podem ter feito isso com a gente! Alguém deve ter sentido nossa falta! - Cris estava revoltada.
- Eram dois ônibus, não eram?
- Eram, mas e daí?
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- Que lugar lindo, hein Valentina? - Comentou Lucas enquanto olhava a paisagem da janela do ônibus.
- Lindo mesmo, mas cadê a Cristiana?
- Ela não veio nesse ônibus.
- Está no outro ônibus, com o Bernardo. - Valentina riu, imaginando que eles poderiam estar no maior climão.
No outro ônibus, Bia e Tati dividiam o banco.
- Onde o Bernardo se meteu, hein? - perguntou Bia.
- Está no outro ônibus. - respondeu Bia, olhando em volta. - E por sinal, o mesmo ônibus da rainha dos mendigos. Ninguém merece.
- Vai cair um toró essa noite - Beto comentou, mudando o assunto da conversa. Bia e Tati o ignoraram e começaram uma importantíssima conversa sobre esmaltes.
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- Ótimo, agora estamos sozinhos no meio da floresta, está escurecendo, e vai chover um dilúvio essa noite. - reclamou Cristiana, nervosa. Como se para confirmar o que ela havia dito, um trovão barulhento cortou o céu.
- Meu celular esta aqui! - constatou Bernardo. Ele pegou o aparelho e desanimou totalmente quando viu que estava fora de área.
- Deixa eu adivinhar. Está fora de área.
- Você lê mentes, sabia?
- Bernardo! O que nós vamos fazer agora?
- Tentar achar o acampamento pode levar a noite e a madrugada inteira, no escuro e na chuva. Sem contar que podemos nos perder mais. O jeito é procurar alguma civilização aqui por perto, ou alguém que possa nos ajudar. Bem, se é que existe.
- Tudo bem, que seja, vamos.
- Mas, é melhor você ficar enquanto eu vou lá dar uma olhada. A galera do acampamento vai sentir nossa falta mais cedo ou mais tarde. Se eles voltarem para nos buscar, vão encontrar você aqui.
- Plano brilhante - ironizou Cristiana - e se você se perder e não voltar mais?
- Isso não vai acontecer, gatinha. Não sei se você sabe, mas tenho um senso de direção infalível.
- Ah, então vai lá, super-homem. A mocinha da sua história vai ficar aqui esperando. - retrucou, irônica.
- Ainda assim, foi bonitinho ver que você se preocupa tanto comigo. - disse Bernardo, rindo. Em seguida, sumiu entre as árvores.
- Bernardo, e se esse não for o lugar que pensamos que é?
- Existe essa possibilidade. Peraí que eu vou verificar.
Cristiana começou a roer a unha.
- Cris, tenho uma notícia nada agradável para te dar.
- Tô até com medo de ouvir.
- Encontrei marcas de pneu ali na frente, e acho que foi aqui mesmo que o ônibus saiu sem esperar por nós.
- Não podem ter feito isso com a gente! Alguém deve ter sentido nossa falta! - Cris estava revoltada.
- Eram dois ônibus, não eram?
- Eram, mas e daí?
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- Que lugar lindo, hein Valentina? - Comentou Lucas enquanto olhava a paisagem da janela do ônibus.
- Lindo mesmo, mas cadê a Cristiana?
- Ela não veio nesse ônibus.
- Está no outro ônibus, com o Bernardo. - Valentina riu, imaginando que eles poderiam estar no maior climão.
No outro ônibus, Bia e Tati dividiam o banco.
- Onde o Bernardo se meteu, hein? - perguntou Bia.
- Está no outro ônibus. - respondeu Bia, olhando em volta. - E por sinal, o mesmo ônibus da rainha dos mendigos. Ninguém merece.
- Vai cair um toró essa noite - Beto comentou, mudando o assunto da conversa. Bia e Tati o ignoraram e começaram uma importantíssima conversa sobre esmaltes.
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- Ótimo, agora estamos sozinhos no meio da floresta, está escurecendo, e vai chover um dilúvio essa noite. - reclamou Cristiana, nervosa. Como se para confirmar o que ela havia dito, um trovão barulhento cortou o céu.
- Meu celular esta aqui! - constatou Bernardo. Ele pegou o aparelho e desanimou totalmente quando viu que estava fora de área.
- Deixa eu adivinhar. Está fora de área.
- Você lê mentes, sabia?
- Bernardo! O que nós vamos fazer agora?
- Tentar achar o acampamento pode levar a noite e a madrugada inteira, no escuro e na chuva. Sem contar que podemos nos perder mais. O jeito é procurar alguma civilização aqui por perto, ou alguém que possa nos ajudar. Bem, se é que existe.
- Tudo bem, que seja, vamos.
- Mas, é melhor você ficar enquanto eu vou lá dar uma olhada. A galera do acampamento vai sentir nossa falta mais cedo ou mais tarde. Se eles voltarem para nos buscar, vão encontrar você aqui.
- Plano brilhante - ironizou Cristiana - e se você se perder e não voltar mais?
- Isso não vai acontecer, gatinha. Não sei se você sabe, mas tenho um senso de direção infalível.
- Ah, então vai lá, super-homem. A mocinha da sua história vai ficar aqui esperando. - retrucou, irônica.
- Ainda assim, foi bonitinho ver que você se preocupa tanto comigo. - disse Bernardo, rindo. Em seguida, sumiu entre as árvores.
Capítulo 5
Cristiana esperou durante minutos que pareciam uma eternidade para ela. Todas as árvores balançavam violentamente com o vento que as sacudia. E então, já de noite, as primeiras gotas de chuva começaram a cair, acompanhadas de relâmpagos.
- Ai, onde o Bernardo se meteu? Se alguma coisa acontecer com ele... - disse Cris para si mesma, preocupada.
- Cristiana! - Bernardo se aproximava correndo.
- Graças a Deus! - sem nem ver o que estava fazendo, Cris o abraçou. - Você está bem?
- Claro que sim. É tão bonitinho você preocupada comigo. - ele sorriu, divertindo-se com a cena. Cris o soltou.
- Ha ha, muito engraçado. - disse ela, irônica. - Mas e aí, como foi? Achou alguém para nos ajudar?
- Bem ,não achei ninguém, esse lugar é deserto. Mas achei um casebre abandonado onde podemos passar a noite. Pelo menos não vamos ficar na chuva.
- Já estamos na chuva.
- Vamos, eu te levo até lá. Bernardo pegou a mão da Cris e eles entraram na mata fechada.
- É muito longe, Bernardo? - Ela perguntou.
- Não muito. Mas vamos nos molhar bastante.
- Também, com essa tempestade.
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- Tudo bem, calma acima de tudo! - falava o diretor Livramento, apesar de ele mesmo não se sentir nada calmo.
Os alunos estavam reúnidos na sede do acampamento, que na verdade era uma casa pequena e apertada que servia de refeitório e possibilitava aos alunos tomar um banho decente e usar o banheiro.
- Eu sei que vocês estão muito assustados e que este lugar etá apertado demais, mas ouçam o que eu vou falar. Essa tempestade está muito forte e eu sei que ela levou a maioria das barracas de vocês. Por isso, vamos dormir todo mundo aqui hoje. Ninguém pode ficar lá fora no meio desta chuva. Então peguem seus pertences, e arranjem um lugar para vocês dormirem aqui dentro. - avisou o diretor, enquantos as reclamações dos adolescentes enchiam o lugar.
- Silêncio! Ainda não terminei de falar! Quanto a Bernardo Oliveira e Cristiana a raújo, que desapareceram misteriosamente, conseguimos concluir que eles devem estar perdidos no meio do mato. Os professores saíram daqui para procurá-los, de ônibus, já que o resgate disse que só pode vir amanhã. Devido á tudo isso, o acampamento está cancelado e amanhã mesmo iremos embora. - Mal o diretor terminou de falar, e o professor Sejão entrou completamente molhado e sujo de lama, e falou alguma coisa para Livramento.
- Como assim o ônibus atolou?!!!!
- Ai, onde o Bernardo se meteu? Se alguma coisa acontecer com ele... - disse Cris para si mesma, preocupada.
- Cristiana! - Bernardo se aproximava correndo.
- Graças a Deus! - sem nem ver o que estava fazendo, Cris o abraçou. - Você está bem?
- Claro que sim. É tão bonitinho você preocupada comigo. - ele sorriu, divertindo-se com a cena. Cris o soltou.
- Ha ha, muito engraçado. - disse ela, irônica. - Mas e aí, como foi? Achou alguém para nos ajudar?
- Bem ,não achei ninguém, esse lugar é deserto. Mas achei um casebre abandonado onde podemos passar a noite. Pelo menos não vamos ficar na chuva.
- Já estamos na chuva.
- Vamos, eu te levo até lá. Bernardo pegou a mão da Cris e eles entraram na mata fechada.
- É muito longe, Bernardo? - Ela perguntou.
- Não muito. Mas vamos nos molhar bastante.
- Também, com essa tempestade.
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- Tudo bem, calma acima de tudo! - falava o diretor Livramento, apesar de ele mesmo não se sentir nada calmo.
Os alunos estavam reúnidos na sede do acampamento, que na verdade era uma casa pequena e apertada que servia de refeitório e possibilitava aos alunos tomar um banho decente e usar o banheiro.
- Eu sei que vocês estão muito assustados e que este lugar etá apertado demais, mas ouçam o que eu vou falar. Essa tempestade está muito forte e eu sei que ela levou a maioria das barracas de vocês. Por isso, vamos dormir todo mundo aqui hoje. Ninguém pode ficar lá fora no meio desta chuva. Então peguem seus pertences, e arranjem um lugar para vocês dormirem aqui dentro. - avisou o diretor, enquantos as reclamações dos adolescentes enchiam o lugar.
- Silêncio! Ainda não terminei de falar! Quanto a Bernardo Oliveira e Cristiana a raújo, que desapareceram misteriosamente, conseguimos concluir que eles devem estar perdidos no meio do mato. Os professores saíram daqui para procurá-los, de ônibus, já que o resgate disse que só pode vir amanhã. Devido á tudo isso, o acampamento está cancelado e amanhã mesmo iremos embora. - Mal o diretor terminou de falar, e o professor Sejão entrou completamente molhado e sujo de lama, e falou alguma coisa para Livramento.
- Como assim o ônibus atolou?!!!!
Capítulo 6
Cristiana e Bernardo atravessavam a floresta escura completamente encharcados. Como não estava enchergando o caminho direito, Cris tropeçou, o que estava ocorrendo com frequencia. Antes que ela caísse, Bernardo a segurou.
- Opa. Você está bem?
- Sim, estou. Obrigada.
- Você parece meio apavorada. - notou Bernardo.
- Será que é porque estamos no meio do mato, no escuro, e está tendo uma tempestade nesse exato momento?
Bernardo riu.
- É, você tem razão. Só há uma coisa boa nisso tudo. - disse ele.
- O quê ?
- Você está aqui comigo.
Aquelas palavras mexeram com Cristiana. Porque, de repente, o medo que ela sentia se esvaiu completamente, e ela percebeu que por mais que estivesse no escuro, no meio do mato e na chuva, ela estava com Bernardo. E era só isso que importava. Cristiana quis responder alguma coisa, mas uma dor horrível na mão esquerda a impediu.
- Ai, que droga ! - resmungou Cris, observando sua mão.
- Que foi? - perguntou, Bernardo, com os olhos cheios de preocupação.
- Esse acampamento não está tão divertido quanto eu imaginava. - respondeu, numa tentativa mal sucedida de tranquilizá-lo. E realmente, ninguém ficou mais calmo quando Cris mostrou a Bernardo a marca avermelhada no seu pulso. Uma marca que significava uma coisa.
- Picada de aranha. - ela explicou.
- Calma, Cris, estamos chegando. Pronto, é bem aqui.
Cristina e Bernardo saíram da chuva e entraram aliviados no casebre abandonado. Era pequeno e feito de madeira, tinha algumas goteiras e uma pequena lareira ao fundo.
- Arrombou a porta? - perguntou Cris.
- É, foi o jeito, acho que estava trancada há anos. Mas olha só como demos sorte. Tem até uma lareira, que podemos acender com esses fósforos aqui. - Minutos depois, a lareira já estava acesa, e eles podiam enxergar um ao outro direito.
- Pronto, agora deixa eu dar uma olhada na sua mão. - disse Bernardo.
Cristiana se sentou ao lado de Bernardo. Ele olhou o pulso dela e viu, assustado, que aranha que havia picado Cris não era nada inofensiva.
- Cris, isso aqui está horrível. - Disse Bernardo, preocupado.
- Ah, relaxa, foi só uma besteirinha. Essa aranha que me picou nem devia ser venenosa. - Cris tentou tranquilizar Bernardo. Afinal, ninguém poderia fazer nada, a não ser esperar amanhecer. Então, Cris não via nenhum motivo para ficar fazendo drama.
- Se não fosse venenosa, acho que a picada não teria inflamado tanto. Tô muito preocupado com isso.
- Bernardo, não se preocupe! Vou ficar bem. Prometo.
- Espero que sim. - Bernardo parou de olhar para o pulso de Cristiana e passou a olhar nos olhos dela, durante longos segundos, em silêncio.
Com um pequeno sorriso, Cristiana perguntou:
- No que você está pensando, Bernardo? Parece tão... concentrado.
- Quer mesmo saber? - ele sorriu também, sem conseguir se desviar dos olhos azuis dela.
- Ahã. - sussurrou Cristiana.
- Estava pensando em você, é claro. Na verdade, Cris, venho fazendo isso desde o dia em que nos beijamos pela primeira vez.
O coração de Cristiana disparou repentinamente, e ela não conseguiu dizer nada. Apenas esperou que ele terminasse de falar.
- Eu não sei bem o porquê - continuou ele - mas quando olho para você, quando olho nos seus olhos, tenho a sensação de sair do mundo real, sabe? Desde o dia em que beijei você, em que toquei você, não consigo te tirar da minha cabeça, não consigo pensar em outra coisa, e... Agora, eu sei o que eu sinto. Antes eu não sabia direito, mas agora, olhando no seus olhos, eu tenho total certeza.
- Certeza de quê? - Cris olhava para Bernardo encantada com o que estava ouvindo.
- Eu te amo, Cris. Como jamais amei alguém em toda a minha vida. Na verdade, eu jamais imaginei que seria capaz de amar alguém tão intensamente quanto eu te amo. Eu nem sequer acreditava de que pudesse existir um sentimento tão forte quanto esse. Mas existe, e sempre vai existir.
Bernardo e Cristiana se beijaram, total e completamente apaixonados um pelo outro.
- Eu me perderia na floresta de novo, enfrentaria aquela tempestade de novo, e seria picada por quantas aranhas fosse preciso, só para estar aqui, vivendo esse momento com você. - disse Cristiana, enquanto a temperatura do seu corpo subia de forma assustadora.
- Opa. Você está bem?
- Sim, estou. Obrigada.
- Você parece meio apavorada. - notou Bernardo.
- Será que é porque estamos no meio do mato, no escuro, e está tendo uma tempestade nesse exato momento?
Bernardo riu.
- É, você tem razão. Só há uma coisa boa nisso tudo. - disse ele.
- O quê ?
- Você está aqui comigo.
Aquelas palavras mexeram com Cristiana. Porque, de repente, o medo que ela sentia se esvaiu completamente, e ela percebeu que por mais que estivesse no escuro, no meio do mato e na chuva, ela estava com Bernardo. E era só isso que importava. Cristiana quis responder alguma coisa, mas uma dor horrível na mão esquerda a impediu.
- Ai, que droga ! - resmungou Cris, observando sua mão.
- Que foi? - perguntou, Bernardo, com os olhos cheios de preocupação.
- Esse acampamento não está tão divertido quanto eu imaginava. - respondeu, numa tentativa mal sucedida de tranquilizá-lo. E realmente, ninguém ficou mais calmo quando Cris mostrou a Bernardo a marca avermelhada no seu pulso. Uma marca que significava uma coisa.
- Picada de aranha. - ela explicou.
- Calma, Cris, estamos chegando. Pronto, é bem aqui.
Cristina e Bernardo saíram da chuva e entraram aliviados no casebre abandonado. Era pequeno e feito de madeira, tinha algumas goteiras e uma pequena lareira ao fundo.
- Arrombou a porta? - perguntou Cris.
- É, foi o jeito, acho que estava trancada há anos. Mas olha só como demos sorte. Tem até uma lareira, que podemos acender com esses fósforos aqui. - Minutos depois, a lareira já estava acesa, e eles podiam enxergar um ao outro direito.
- Pronto, agora deixa eu dar uma olhada na sua mão. - disse Bernardo.
Cristiana se sentou ao lado de Bernardo. Ele olhou o pulso dela e viu, assustado, que aranha que havia picado Cris não era nada inofensiva.
- Cris, isso aqui está horrível. - Disse Bernardo, preocupado.
- Ah, relaxa, foi só uma besteirinha. Essa aranha que me picou nem devia ser venenosa. - Cris tentou tranquilizar Bernardo. Afinal, ninguém poderia fazer nada, a não ser esperar amanhecer. Então, Cris não via nenhum motivo para ficar fazendo drama.
- Se não fosse venenosa, acho que a picada não teria inflamado tanto. Tô muito preocupado com isso.
- Bernardo, não se preocupe! Vou ficar bem. Prometo.
- Espero que sim. - Bernardo parou de olhar para o pulso de Cristiana e passou a olhar nos olhos dela, durante longos segundos, em silêncio.
Com um pequeno sorriso, Cristiana perguntou:
- No que você está pensando, Bernardo? Parece tão... concentrado.
- Quer mesmo saber? - ele sorriu também, sem conseguir se desviar dos olhos azuis dela.
- Ahã. - sussurrou Cristiana.
- Estava pensando em você, é claro. Na verdade, Cris, venho fazendo isso desde o dia em que nos beijamos pela primeira vez.
O coração de Cristiana disparou repentinamente, e ela não conseguiu dizer nada. Apenas esperou que ele terminasse de falar.
- Eu não sei bem o porquê - continuou ele - mas quando olho para você, quando olho nos seus olhos, tenho a sensação de sair do mundo real, sabe? Desde o dia em que beijei você, em que toquei você, não consigo te tirar da minha cabeça, não consigo pensar em outra coisa, e... Agora, eu sei o que eu sinto. Antes eu não sabia direito, mas agora, olhando no seus olhos, eu tenho total certeza.
- Certeza de quê? - Cris olhava para Bernardo encantada com o que estava ouvindo.
- Eu te amo, Cris. Como jamais amei alguém em toda a minha vida. Na verdade, eu jamais imaginei que seria capaz de amar alguém tão intensamente quanto eu te amo. Eu nem sequer acreditava de que pudesse existir um sentimento tão forte quanto esse. Mas existe, e sempre vai existir.
Bernardo e Cristiana se beijaram, total e completamente apaixonados um pelo outro.
- Eu me perderia na floresta de novo, enfrentaria aquela tempestade de novo, e seria picada por quantas aranhas fosse preciso, só para estar aqui, vivendo esse momento com você. - disse Cristiana, enquanto a temperatura do seu corpo subia de forma assustadora.
Capítulo 7
Esse é definitivamente o maior programa de índio que eu já fiz em toda a minha existência. - reclamou Domingas.
- Nem me fale. - concordou Fernandinho.
A galera do Primeira Opção estava super apertada no pequeno espaço da sede do acampamento. A maioria dos alunos haviam decidido virar a noite sem dormir, até porque isso era quase impossível numa situação daquelas.
- Caramba, onde é que o Bernardo e a Cristiana foram se meter? Espero que eles estejam bem. - disse Valentina.
Victor estava quase dando um treco.
- A MINHA NAMORADA ESTÁ SOZINHA NUMA FLORESTA ENORME! EU NÃO ACREDITO, COMO É QUE ISSO FOI ACONTECER?
- Ex-namorada, Victor. - corrigiu Valentina. - Eu sei que é horrível, mas pelo menos ela não está sozinha, está com o Bernardo.
Victor bufou, indignado.
- Grande coisa. Aposto que foi por culpa dele que ela se perdeu.
- Cala a boca aí, Victor - disse Beto. - Tô tentando dormir, pô!
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Em um certo casebre em algum lugar da floresta, Bernardo e Cristiana conversavam.
- Bernardo, já pensou na confusão que vai ser quando todo mundo descobrir que estamos juntos? - perguntou Cristiana.
- É, eu sei que vai ser difícil, mas agora é tarde demais, você será a minha namorada e não estou nem aí pro que os outros vão pensar.
Cristiana sorriu, deslumbrada com o que estava ouvindo.
- E você vai ser o meu namorado e nada nem ninguém vai poder nos separar. - Cristiana falava tremendo de frio, embora estivesse perto de uma lareira quente e com a blusa de frio de Bernardo. O garoto tocou a testa de Cristiana e e se assustou ao verificar que a temperatura dela havia aumentado ainda mais.
- Meu Deus, Cris, você está queimando! Como está se sentindo?
- Estou com frio, mas fora isso estou bem, fique tranquilo.
- Não dá pra ficar tranquilo quando você está com mais de quarenta graus de febre.
- Não exagera, eu vou ficar bem. - Cristiana olhou o ambiente á sua volta e notou um velho móvel de madeira. Para mudar de assunto, ela perguntou:
- O que tem naquele armário?
Ele se levantou e foi até o movél, abrindo suas portas.
- Tem só os fósforos, e um lampião. - Ele olhou mais minuciosamente e viu um pequeno objeto metálico brilhar com a luz da lareira.
- Olha só, Cris, uma chave. Será que é para abrir o quê?
- Sei lá. A porta?
Bernardo deixou a chave cair no chão sem querer e se agachou para pegá-la. Foi então que ele descobriu que havia uma coisa muito estranha naquele chão. Ele empurrou o móvel do lugar e viu, no chão empoeirado, um alçapão, fechado com um cadeado.
- Sinistro.
Cris se levantou e foi ver a descoberta de Bernardo.
- Acho que acabamos de saber a utilidade dessa chave. - disse ele, ao verificar que a chave abria mesmo o cadeado.
- Você não vai entrar aí, vai?
- Ah, você sabe, sou um cara curioso.
Bernardo acendeu o lampião, disposto a entrar no buraco escuro.
- Se você for entrar aí, eu também vou.
- Calma aí, Cris. Deixa eu entrar e ver o que é isso primeiro.
Bernardo se enfiou pela portinha estreita e alcançou o cômodo subterrâneo.
Ele viu o porão nos mínimos detalhes. Era pequeno e sujo, mas não foi nisso que ele reparou. Ele reparou que aquele lugar não era bem um porão, e sim um depósito.
- Bernardo? - chamou Cris.
- Tá tudo bem... eu acho.
- Estou descendo.
Bernardo ajudou Cris a descer e os dois viram as coisas que estavam estocadas no depósito.
- Caramba - disse Bernardo, perplexo. - Isso aqui é um depósito de drogas.
- Você não tá falando sério. Agora quer dizer que estamos no escondeirijo de algum traficante, é isso?
- É. Com certeza. Fileiras e mais fileiras de drogas.
- Vamos sair daqui, isso é assustador!
Eles saíram do depósito e fecharam a porta do alçapão.
- Bernardo, que coisa horrível! Precisamos denunciar esses traficantes!
Eles se sentaram de novo em frente á lareira, e Cris se deitou no colo de Bernardo.
- Com certeza a polícia vai ficar sabendo disso. Mas, então, esse lugar não é tão abandonado quanto pensamos.
- Bernardo, esses caras podem aparecer por aqui a qualquer momento. - disse Cris, começando a ficar apavorada.
- Não fique com medo, Cris. Amanhã vamos embora daqui. Vão achar a gente e vai dar tudo certo. - Bernardo acariciou o cabelo dela, com um olhar tranquilizante.
- Eu te amo - sussurrou Cris.
- Eu também. Mais que tudo nesse mundo.
Os lábios de Bernardo tocaram os de Cris, e ela fechou os olhos.
- Boa noite - ela ouviu Bernardo dizer, sentindo calafrios doentios percorrerem seu corpo. Bernardo fitou o rosto da menina, preocupado. Cristiana não parecia nada bem.
- Nem me fale. - concordou Fernandinho.
A galera do Primeira Opção estava super apertada no pequeno espaço da sede do acampamento. A maioria dos alunos haviam decidido virar a noite sem dormir, até porque isso era quase impossível numa situação daquelas.
- Caramba, onde é que o Bernardo e a Cristiana foram se meter? Espero que eles estejam bem. - disse Valentina.
Victor estava quase dando um treco.
- A MINHA NAMORADA ESTÁ SOZINHA NUMA FLORESTA ENORME! EU NÃO ACREDITO, COMO É QUE ISSO FOI ACONTECER?
- Ex-namorada, Victor. - corrigiu Valentina. - Eu sei que é horrível, mas pelo menos ela não está sozinha, está com o Bernardo.
Victor bufou, indignado.
- Grande coisa. Aposto que foi por culpa dele que ela se perdeu.
- Cala a boca aí, Victor - disse Beto. - Tô tentando dormir, pô!
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Em um certo casebre em algum lugar da floresta, Bernardo e Cristiana conversavam.
- Bernardo, já pensou na confusão que vai ser quando todo mundo descobrir que estamos juntos? - perguntou Cristiana.
- É, eu sei que vai ser difícil, mas agora é tarde demais, você será a minha namorada e não estou nem aí pro que os outros vão pensar.
Cristiana sorriu, deslumbrada com o que estava ouvindo.
- E você vai ser o meu namorado e nada nem ninguém vai poder nos separar. - Cristiana falava tremendo de frio, embora estivesse perto de uma lareira quente e com a blusa de frio de Bernardo. O garoto tocou a testa de Cristiana e e se assustou ao verificar que a temperatura dela havia aumentado ainda mais.
- Meu Deus, Cris, você está queimando! Como está se sentindo?
- Estou com frio, mas fora isso estou bem, fique tranquilo.
- Não dá pra ficar tranquilo quando você está com mais de quarenta graus de febre.
- Não exagera, eu vou ficar bem. - Cristiana olhou o ambiente á sua volta e notou um velho móvel de madeira. Para mudar de assunto, ela perguntou:
- O que tem naquele armário?
Ele se levantou e foi até o movél, abrindo suas portas.
- Tem só os fósforos, e um lampião. - Ele olhou mais minuciosamente e viu um pequeno objeto metálico brilhar com a luz da lareira.
- Olha só, Cris, uma chave. Será que é para abrir o quê?
- Sei lá. A porta?
Bernardo deixou a chave cair no chão sem querer e se agachou para pegá-la. Foi então que ele descobriu que havia uma coisa muito estranha naquele chão. Ele empurrou o móvel do lugar e viu, no chão empoeirado, um alçapão, fechado com um cadeado.
- Sinistro.
Cris se levantou e foi ver a descoberta de Bernardo.
- Acho que acabamos de saber a utilidade dessa chave. - disse ele, ao verificar que a chave abria mesmo o cadeado.
- Você não vai entrar aí, vai?
- Ah, você sabe, sou um cara curioso.
Bernardo acendeu o lampião, disposto a entrar no buraco escuro.
- Se você for entrar aí, eu também vou.
- Calma aí, Cris. Deixa eu entrar e ver o que é isso primeiro.
Bernardo se enfiou pela portinha estreita e alcançou o cômodo subterrâneo.
Ele viu o porão nos mínimos detalhes. Era pequeno e sujo, mas não foi nisso que ele reparou. Ele reparou que aquele lugar não era bem um porão, e sim um depósito.
- Bernardo? - chamou Cris.
- Tá tudo bem... eu acho.
- Estou descendo.
Bernardo ajudou Cris a descer e os dois viram as coisas que estavam estocadas no depósito.
- Caramba - disse Bernardo, perplexo. - Isso aqui é um depósito de drogas.
- Você não tá falando sério. Agora quer dizer que estamos no escondeirijo de algum traficante, é isso?
- É. Com certeza. Fileiras e mais fileiras de drogas.
- Vamos sair daqui, isso é assustador!
Eles saíram do depósito e fecharam a porta do alçapão.
- Bernardo, que coisa horrível! Precisamos denunciar esses traficantes!
Eles se sentaram de novo em frente á lareira, e Cris se deitou no colo de Bernardo.
- Com certeza a polícia vai ficar sabendo disso. Mas, então, esse lugar não é tão abandonado quanto pensamos.
- Bernardo, esses caras podem aparecer por aqui a qualquer momento. - disse Cris, começando a ficar apavorada.
- Não fique com medo, Cris. Amanhã vamos embora daqui. Vão achar a gente e vai dar tudo certo. - Bernardo acariciou o cabelo dela, com um olhar tranquilizante.
- Eu te amo - sussurrou Cris.
- Eu também. Mais que tudo nesse mundo.
Os lábios de Bernardo tocaram os de Cris, e ela fechou os olhos.
- Boa noite - ela ouviu Bernardo dizer, sentindo calafrios doentios percorrerem seu corpo. Bernardo fitou o rosto da menina, preocupado. Cristiana não parecia nada bem.
Capítulo 8
Com os primeiros raios de sol, as equipes de resgate começaram a chegar no maior parque ecológico do estado, que abrigava quilômetros de mata fechada. Seria mais ou menos como procurar agulha no palheiro.
Os alunos do Primeira Opção estavam voltando para suas casas, decepcionados com o belo programa de índio que acabou com o final de semana deles. Com certeza esses alunos parariam de reclamar imediatamente se soubessem o que Bernardo e Cristiana teriam que enfrentar ao longo daquele dia.
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O sol que invadiu o casebre acordou Bernardo de uma noite muito mal dormida. Apesar de Bernardo não ter conseguido dormir bem, ele estava se sentindo bastante disposto. Afinal, a luz do dia significava que ele e Cris poderiam achar o caminho de volta, ou conseguir alguma ajuda.
- Cris. Acorda, amor, já amanheceu. - sussurrou Bernardo, olhando com ternura para ela. Mas Cristiana não se moveu e nem abriu os olhos como ele esperava.
- Vamos lá, Cris - repetiu ele, desta vez mais alto e tocando o rosto exageradamente quente dela. Nenhuma reação.
- Cris! - desta vez ele estava realmente desesperado.
- Acorde, por favor! - ele a sacudiu e então puxou o pulso dela, contando as pulsações, em total desespero. Ao constatar uma pulsação bem mais fraca que o normal, um sentimento inexplicavelmente horrível invadiu Bernardo. Mal sabia ele que as coisas ainda podiam piorar.
Um homem barbudo com um piercing na boca chutou a porta com força. Ao notar a presença dos jovens, ficou irritado. E ao olhar para o alçapão descoberto, sua expressão tornou-se furiosa.
- Tá fazendo o que aqui, moleque? - perguntou o homem, num tom ameaçador.
- Nos perdemos na floresta e tivemos que passar a noite aqui.
- Ah, tá. Mas parece que você já descobriu minha coleçãozinha lá em baixo.
- Você é o traficante?
- É, sou sim. Mas tenho meus parceiros também. Por falar em parceiro, parece que a sua amiguinha não está muito bem. Qual o problema dela?
- Foi picada por uma aranha, ontem.
- Ela é linda. - disse o traficante, com um sorriso obscuro - Pena que vai morrer. Mas não se preocupe, eu vou fazer um favorzinho pra você. Vou matar vocês dois de uma vez, e assim vocês se encontram no céu ainda hoje.
Aquelas palavras fizeram com que Bernardo tomasse uma atitude rápida. Ele visualizou o lampião que estava ao seu lado, e num movimento rápido, golpeou a cabeça do homem assustador com ele. O lampião se quebrou em vários pedacinhos e o homem caiu no chão, inconsciente.
Bernardo sabia que o homem não ficaria apagado por muito tempo, então abriu a porta do alçapão e trancou o homem no depósito. Guardou a chave no bolso e empurrou o móvel de madeira por cima novamente, só precaução.
Agora que o traficante estava preso, Bernardo precisava encontrar a polícia e conseguir ajuda. Ele pegou Cristiana no colo, beijou a testa quente dela e saiu do casebre.
Os alunos do Primeira Opção estavam voltando para suas casas, decepcionados com o belo programa de índio que acabou com o final de semana deles. Com certeza esses alunos parariam de reclamar imediatamente se soubessem o que Bernardo e Cristiana teriam que enfrentar ao longo daquele dia.
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O sol que invadiu o casebre acordou Bernardo de uma noite muito mal dormida. Apesar de Bernardo não ter conseguido dormir bem, ele estava se sentindo bastante disposto. Afinal, a luz do dia significava que ele e Cris poderiam achar o caminho de volta, ou conseguir alguma ajuda.
- Cris. Acorda, amor, já amanheceu. - sussurrou Bernardo, olhando com ternura para ela. Mas Cristiana não se moveu e nem abriu os olhos como ele esperava.
- Vamos lá, Cris - repetiu ele, desta vez mais alto e tocando o rosto exageradamente quente dela. Nenhuma reação.
- Cris! - desta vez ele estava realmente desesperado.
- Acorde, por favor! - ele a sacudiu e então puxou o pulso dela, contando as pulsações, em total desespero. Ao constatar uma pulsação bem mais fraca que o normal, um sentimento inexplicavelmente horrível invadiu Bernardo. Mal sabia ele que as coisas ainda podiam piorar.
Um homem barbudo com um piercing na boca chutou a porta com força. Ao notar a presença dos jovens, ficou irritado. E ao olhar para o alçapão descoberto, sua expressão tornou-se furiosa.
- Tá fazendo o que aqui, moleque? - perguntou o homem, num tom ameaçador.
- Nos perdemos na floresta e tivemos que passar a noite aqui.
- Ah, tá. Mas parece que você já descobriu minha coleçãozinha lá em baixo.
- Você é o traficante?
- É, sou sim. Mas tenho meus parceiros também. Por falar em parceiro, parece que a sua amiguinha não está muito bem. Qual o problema dela?
- Foi picada por uma aranha, ontem.
- Ela é linda. - disse o traficante, com um sorriso obscuro - Pena que vai morrer. Mas não se preocupe, eu vou fazer um favorzinho pra você. Vou matar vocês dois de uma vez, e assim vocês se encontram no céu ainda hoje.
Aquelas palavras fizeram com que Bernardo tomasse uma atitude rápida. Ele visualizou o lampião que estava ao seu lado, e num movimento rápido, golpeou a cabeça do homem assustador com ele. O lampião se quebrou em vários pedacinhos e o homem caiu no chão, inconsciente.
Bernardo sabia que o homem não ficaria apagado por muito tempo, então abriu a porta do alçapão e trancou o homem no depósito. Guardou a chave no bolso e empurrou o móvel de madeira por cima novamente, só precaução.
Agora que o traficante estava preso, Bernardo precisava encontrar a polícia e conseguir ajuda. Ele pegou Cristiana no colo, beijou a testa quente dela e saiu do casebre.
Capítulo 9
Cinco minutos mais tarde, o traficante acordou, com uma dor de cabeça terrível. E ficou louco de ódio ao saber que tinha sido derrotado por um adolescente e que estava trancado no porão. Ele tirou seu comunicador do bolso chamou um de seus comparsas. Envergonhado, explicou sua situação e ordenou que seu parceiro fosse atrás do garoto que o havia trancado ali.
- Mas como eu vou saber qual é o moleque?
- Ah, é fácil. Ele vai estar carregando uma mocinha no colo, não tem como errar. Ele não vai muito longe.
- Você quer que eu mate eles?
- Não. Sou EU quem vai fazer isso. Amarra o moleque em algum lugar e depois vem me tirar daqui. Depois, eu mesmo vou lá acabar com ele. E não esquece de pegar a chave com ele primeiro, senão eu não saio daqui. Entendeu?
- Positivo. Mas e a menina?
- Ah, ela vai morrer de qualquer jeito mesmo. Foi picada por uma aranha.
- Ótimo. Economiza bala.
Os dois riram simultaneamente, e o comparsa foi fazer o que o traficante havia pedido.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
A equipe de resgate procurava os jovens perto da cachoeira, sem êxito. Na verdade, a polícia não estava tão preocupada, afinal, para eles era só mais um caso de gente perdida na floresta por pouco tempo. Otimistas, eles não faziam ideia de que o perigo que Bernardo e Cristiana corriam era bem maior.
Inconsciente e fervendo de febre, Cris também não fazia ideia do perigo que ela e Bernardo corriam. Mas Bernardo sabia, e andava com Cristiana no colo em direção á cachoeira. Ele já imaginava que poderiam estar procurando por eles lá.
Porém, quando ainda faltavam alguns metros para chegar, o amigo do traficante os encontrou. Era bem impossível lutar contra um traficante com uma garota no colo. Especialmente quando a vida dessa garota torna-se mais importante que sua própria vida. E era exatamente assim que Bernardo se sentia.
- Olha, moleque, a gente faz o seguinte. Você colabora comigo me dando a chave e não machuco a garota, tá ?
- Tá. - foi só o que Bernardo conseguiu responder.
- Ótimo. Mas primeiro coloca ela no chão.
Bernardo colocou Cristiana no chão com cuidado e tirou a chave do alçapão do bolso.
- Valeu - o traficante pegou a chave com um sorriso e depois amarrou Bernardo ao tronco de uma árvore.
- Eu amarraria essa menina também, mas é perda de tempo. Ela vai morrer de qualquer jeito mesmo. E daqui a pouco é a sua vez. Já volto. - o homem saiu correndo para destrancar seu comparsa do porão, deixando Bernardo e Cristiana aguardarem por sua morte. Bernardo se debateu, tentando se soltar. Logo percebeu que era impossível se livrar daquelas cordas sozinho. Só que ele não estava sozinho.
Ele olhou para Cristiana, preocupado. Ele não queria acreditar que nunca mais veria a cor linda dos olhos de Cris, ou que a melhor noite de sua vida seria também a última. Ainda tinha muito o que viver ao lado de Cristiana, e por isso, ele falou com ela, embora muito provavelmente ela não estivesse ouvindo.
- Cris. Eu preciso de você. Temos muita coisa para viver juntos, e não pode acabar aqui. Você prometeu que ficaria bem, lembra? - Cristiana não se moveu, e Bernardo continuou olhando para ela enquanto podia, tentando suportar a sensação horrível de aguardar a morte. E por isso, viu o momento em que Cris abriu os olhos com uma dificuldade imensa, tentando focalizar alguma coisa.
- Cris! Graças a Deus! - exclamou ele, repentinamente aliviado.
Ela esfregou os olhos e tentou se levantar.
- Você está bem? - perguntou Bernardo.
Cris sorriu antes de responder a pergunta.
- Claro que estou. Eu prometi, não prometi? Parece que é você quem não está nada bem. - tonta, ela se levantou e perguntou:
- O que aconteceu com você?
- É uma longa história, agora me ajuda a sair daqui.- Rapidamente, Cristiana soltou Bernardo.
- Temos que fugir agora. - ele pegou a mão de Cristiana e os dois correram em direção á cachoeira.
- Mas como eu vou saber qual é o moleque?
- Ah, é fácil. Ele vai estar carregando uma mocinha no colo, não tem como errar. Ele não vai muito longe.
- Você quer que eu mate eles?
- Não. Sou EU quem vai fazer isso. Amarra o moleque em algum lugar e depois vem me tirar daqui. Depois, eu mesmo vou lá acabar com ele. E não esquece de pegar a chave com ele primeiro, senão eu não saio daqui. Entendeu?
- Positivo. Mas e a menina?
- Ah, ela vai morrer de qualquer jeito mesmo. Foi picada por uma aranha.
- Ótimo. Economiza bala.
Os dois riram simultaneamente, e o comparsa foi fazer o que o traficante havia pedido.
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A equipe de resgate procurava os jovens perto da cachoeira, sem êxito. Na verdade, a polícia não estava tão preocupada, afinal, para eles era só mais um caso de gente perdida na floresta por pouco tempo. Otimistas, eles não faziam ideia de que o perigo que Bernardo e Cristiana corriam era bem maior.
Inconsciente e fervendo de febre, Cris também não fazia ideia do perigo que ela e Bernardo corriam. Mas Bernardo sabia, e andava com Cristiana no colo em direção á cachoeira. Ele já imaginava que poderiam estar procurando por eles lá.
Porém, quando ainda faltavam alguns metros para chegar, o amigo do traficante os encontrou. Era bem impossível lutar contra um traficante com uma garota no colo. Especialmente quando a vida dessa garota torna-se mais importante que sua própria vida. E era exatamente assim que Bernardo se sentia.
- Olha, moleque, a gente faz o seguinte. Você colabora comigo me dando a chave e não machuco a garota, tá ?
- Tá. - foi só o que Bernardo conseguiu responder.
- Ótimo. Mas primeiro coloca ela no chão.
Bernardo colocou Cristiana no chão com cuidado e tirou a chave do alçapão do bolso.
- Valeu - o traficante pegou a chave com um sorriso e depois amarrou Bernardo ao tronco de uma árvore.
- Eu amarraria essa menina também, mas é perda de tempo. Ela vai morrer de qualquer jeito mesmo. E daqui a pouco é a sua vez. Já volto. - o homem saiu correndo para destrancar seu comparsa do porão, deixando Bernardo e Cristiana aguardarem por sua morte. Bernardo se debateu, tentando se soltar. Logo percebeu que era impossível se livrar daquelas cordas sozinho. Só que ele não estava sozinho.
Ele olhou para Cristiana, preocupado. Ele não queria acreditar que nunca mais veria a cor linda dos olhos de Cris, ou que a melhor noite de sua vida seria também a última. Ainda tinha muito o que viver ao lado de Cristiana, e por isso, ele falou com ela, embora muito provavelmente ela não estivesse ouvindo.
- Cris. Eu preciso de você. Temos muita coisa para viver juntos, e não pode acabar aqui. Você prometeu que ficaria bem, lembra? - Cristiana não se moveu, e Bernardo continuou olhando para ela enquanto podia, tentando suportar a sensação horrível de aguardar a morte. E por isso, viu o momento em que Cris abriu os olhos com uma dificuldade imensa, tentando focalizar alguma coisa.
- Cris! Graças a Deus! - exclamou ele, repentinamente aliviado.
Ela esfregou os olhos e tentou se levantar.
- Você está bem? - perguntou Bernardo.
Cris sorriu antes de responder a pergunta.
- Claro que estou. Eu prometi, não prometi? Parece que é você quem não está nada bem. - tonta, ela se levantou e perguntou:
- O que aconteceu com você?
- É uma longa história, agora me ajuda a sair daqui.- Rapidamente, Cristiana soltou Bernardo.
- Temos que fugir agora. - ele pegou a mão de Cristiana e os dois correram em direção á cachoeira.
Capítulo 10
Por sorte, a aventura de Bernardo e Cristiana acabou quando eles foram encontrados pela polícia. Com a ajuda dos adolescentes, os traficantes foram cercados e presos. Nos jornais, os nomes de Bernardo Oliveira e Cristiana Araújo ganhavam destaque por ajudar a prender uma quadrilha que era procurada há anos.
Cristiana recebeu, na veia, o antídoto para o veneno da aranha , que ainda estava em seu corpo. No hospital, a enfermeira se espantou quando Cris revelou, constrangida, que morria de medo de injeção.
- Ah, não acredito! Quem resiste por horas ao veneno de uma aranha mortífera no sangue e ajuda a prender uma quadrilha de traficantes tem medo de injeção? - a enfermeira riu e enfiou, sem dó nem piedade, a agulha no braço de Cris. - Viu? Nem doeu.
- Claro, não foi com você mesmo. - reclamou Cristiana, no mesmo momento em que Bernardo entrava no quarto com um buquê de flores. Ao vê-lo, Cristiana parou de fazer cara feia para a enfermeira e dirigiu a Bernardo um sorriso encantador.
- E aí, amor, como você está? - Perguntou ele, retribuindo o sorriso.
- Furada por uma agulha.
Bernardo riu e beijou Cris.
A enfermeira se retirou, avisando que voltaria logo.
- Aproveitei que seu pai e sua irmã finalmente deram uma saidinha e vim aqui te trazer isso. - ele entregou o buquê para Cris.
- Ah, obrigada. Elas são lindas! - agradeceu Cris, tocando as pétalas das flores.
- Você é um fofo. - Eles se beijaram de novo.
- Graças a Deus eu saio hoje desse hospital horrível.
- Isso é ótimo. Odeio ter que ficar longe de você. Vá se preparando, porque eu vou ser um namorado muito grudento!
Cristiana riu, dizendo que isso não seria problema.
- Cris, eu queria te fazer um convite.
- Fala.
- Vai ter uma festa de gala na minha casa, semana que vem. Minha mãe está organizando tudo e, pelo visto, vai ser super chique. Eu queria saber se... você quer ir comigo.
- Ai, Bernardo, não sei não... Acho que isso não vai dar certo. E eu nem tenho roupa pra ir.
- Eu compro o vestido mais lindo do mundo pra você.
- Não, nem pensar. Chega de gastar dinheiro comigo. Eu me viro.
- Isso é um sim?
- Ahã.
Bernardo abriu um sorriso enorme, satisfeito.
- Eu te amo, Cristiane!!!
- Ber-nar-do! Cristiana, com A no final!
- Eu sei. É que eu adoro quando você diz isso!
Cristiana revirou os olhos e riu. Bernardo a beijou, com uma paixão que tanto ele quanto Cristiana tinham certeza que jamais acabaria.
Fim
Cristiana recebeu, na veia, o antídoto para o veneno da aranha , que ainda estava em seu corpo. No hospital, a enfermeira se espantou quando Cris revelou, constrangida, que morria de medo de injeção.
- Ah, não acredito! Quem resiste por horas ao veneno de uma aranha mortífera no sangue e ajuda a prender uma quadrilha de traficantes tem medo de injeção? - a enfermeira riu e enfiou, sem dó nem piedade, a agulha no braço de Cris. - Viu? Nem doeu.
- Claro, não foi com você mesmo. - reclamou Cristiana, no mesmo momento em que Bernardo entrava no quarto com um buquê de flores. Ao vê-lo, Cristiana parou de fazer cara feia para a enfermeira e dirigiu a Bernardo um sorriso encantador.
- E aí, amor, como você está? - Perguntou ele, retribuindo o sorriso.
- Furada por uma agulha.
Bernardo riu e beijou Cris.
A enfermeira se retirou, avisando que voltaria logo.
- Aproveitei que seu pai e sua irmã finalmente deram uma saidinha e vim aqui te trazer isso. - ele entregou o buquê para Cris.
- Ah, obrigada. Elas são lindas! - agradeceu Cris, tocando as pétalas das flores.
- Você é um fofo. - Eles se beijaram de novo.
- Graças a Deus eu saio hoje desse hospital horrível.
- Isso é ótimo. Odeio ter que ficar longe de você. Vá se preparando, porque eu vou ser um namorado muito grudento!
Cristiana riu, dizendo que isso não seria problema.
- Cris, eu queria te fazer um convite.
- Fala.
- Vai ter uma festa de gala na minha casa, semana que vem. Minha mãe está organizando tudo e, pelo visto, vai ser super chique. Eu queria saber se... você quer ir comigo.
- Ai, Bernardo, não sei não... Acho que isso não vai dar certo. E eu nem tenho roupa pra ir.
- Eu compro o vestido mais lindo do mundo pra você.
- Não, nem pensar. Chega de gastar dinheiro comigo. Eu me viro.
- Isso é um sim?
- Ahã.
Bernardo abriu um sorriso enorme, satisfeito.
- Eu te amo, Cristiane!!!
- Ber-nar-do! Cristiana, com A no final!
- Eu sei. É que eu adoro quando você diz isso!
Cristiana revirou os olhos e riu. Bernardo a beijou, com uma paixão que tanto ele quanto Cristiana tinham certeza que jamais acabaria.
Fim